Estimulação diafragmática em pacientes com transplante pulmonar: Como identificar e tratar anormalidades da função do diafragma.
Introdução
Doença pulmonar e transplante podem levar à disfunção do diafragma (DD). A neuropatia frênica em transplantes pulmonares aumenta a morbidade. A estimulação diafragmática (ED) melhora a recuperação do nervo e previne a disfunção diafragmática induzida pelo ventilador (VIDD). A FDA autorizou a ED temporária para diminuir a carga de ventiladores mecânicos (VM) durante a pandemia de COVID-19 (confira o artigo do FDA sobre ED para COVID). Relatamos a maior experiência de ED em transplante de pulmão.
Métodos
Esta é uma análise retrospectiva de uma experiência intervencionista prospectiva e não randomizada aprovada pelo comitê de ética em uma única instituição com dois sistemas de ED. Um sistema de ED crônico foi implantado laparoscopicamente naqueles com lesão do nervo frênico identificada (pré ou pós-transplante). Pós implante, com a ED os resultados foram avaliados radiograficamente e com eletromiografia diafragmática. Os receptores de transplante tiveram o sistema de ED temporário implantado por via percutânea através de sua incisão torácica. A atividade do diafragma foi monitorada com os eletrodos e a estimulação foi aplicada para o desmame da VM.
Resultados
08 pacientes que utilizaram a ED sem eventos adversos do dispositivo, 03 pacientes com DD, 6 meses em média após o transplante, tiveram o sistema ED crônico implantado. Todos tinham evidência de recuperação subsequente da função do diafragma. 01 paciente teve ED pré-transplante para a DD unilateral com posterior recuperação do diafragma. No momento do transplante unilateral do lado contralateral foi identificada lesão do nervo frênico. A ED foi usada durante a recuperação.
04 pacientes foram submetidos a implante de eletrodos de ED temporários durante o transplante pulmonar. 02 pacientes obtiveram resultados positivos na eletromiografia diafragmática bilateral identificada no pós-operatório, com recuperação sem intercorrências e remoção de eletrodos.
02 pacientes não tiveram atividade na eletromiografia diafragmática ou movimento bilateral no pós-operatório. Retrospectivamente, esta era uma condição pré-operatória. 01 recuperou a função do diafragma em 2 semanas com terapia de ED. O segundo ainda está em ED. 03 pacientes com disfunção do nervo frênico no pós-operatório também tiveram crioanalgesia do nervo intercostal que diminui o uso dos músculos intercostais externos para respiração. Esses 03 pacientes tiveram dificuldades ventilatórias prolongadas.
Conclusões
O estimulador diafragmático foi usado com segurança no transplante pulmonar, na identificação, na melhora da recuperação de lesões do nervo frênico e na prevenção da disfunção diafragmática induzida pelo ventilador. A crioanalgesia do nervo intercostal não deve ser usada se houver disfunção do diafragma. A estimulação diafragmática deve ser considerada em todos os transplantes pulmonares para melhores resultados.
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