Fibrilação Atrial é a arritmia cardíaca mais frequente, afetando cerca de 1 a 2% de toda a população mundial. Pode ocorrer em qualquer faixa etária, mas a sua incidência aumenta com a idade, sobretudo a partir dos 40 anos. Tendo em conta o envelhecimento da população, estima-se que, nos próximos 50 anos, a sua prevalência aumentará 2,5 vezes. Assim, é fundamental fazer um diagnóstico precoce. A Fibrilação Atrial tem consequências graves, uma vez que predispõe os indivíduos a eventos tromboembólicos, aumentando substancialmente o risco de acidente vascular cerebral isquêmico e tromboembolia pulmonar. Assim, sua prevenção e seu diagnóstico precoce são os objetivos terapêuticos mais importantes para um tratamento eficaz.

Diagnóstico de Fibrilação Atrial

Nos estágios iniciais da doença, como os eventos são raros e por vezes até mesmo assintomáticos, é necessário fazer um exame que permita o monitoramento do ritmo do doente em loop, ao longo de vários dias, uma vez que podem não ser detectados com o ECG convencional ou o holter de 24 horas.

Tratamento

Fibrilação Atrial paroxística com < 48h de início ou persistente

Perante um diagnóstico de Fibrilação Atrial com resposta ventricular rápida, o tratamento recomendado é a cardioversão (farmacológica ou elétrica) para a obtenção de um ritmo sinusal.

Fibrilação Atrial persistente com > 48h de evolução ou duração desconhecida

Antes dessa cardioversão, temos que garantir que o paciente não tem um trombo localizado no apêndice auricular esquerdo, porque, caso tenha, existe um risco muito grande de tromboembolismo com consequências graves, como o acidente vascular cerebral. Assim, existem dois cursos de ação possíveis, de acordo com as diretrizes da Sociedade Europeia de Cardiologia:
  1. Realização de um ecocardiograma transesofágico para descartar a existência do trombo no apêndice auricular esquerdo. Caso seja detetado, é necessário instituir terapêutica com um anticoagulante oral ao longo de duas a quatro semanas antes da cardioversão.
  2. Não existe a possibilidade de realização de um ecocardiograma transesofágico, então é instituída terapêutica com anticoagulante oral ao longo de duas a quatro semanas antes da cardioversão.
Independentemente do curso de tratamento escolhido, após a cardioversão, a terapêutica com anticoagulante oral deve ser mantida por quatro semanas após a cardioversão.

Prevenção da embolização

O tratamento ad eternumcom recurso a anticoagulantes orais é recomendado nos seguintes casos:
  • Pacientes com Fibrilação Atrial persistente com > 48 horas ou duração desconhecida que são submetidos a cardioversão, pois existe um grande risco de recorrência;
  • Pacientes que têm história prévia de embolismo;
  • Pacientes com um score CHA2DS2 VASC ≥ 2, mas pode ser considerado em doentes com score de 1.
Você ainda tem dúvidas sobre diagnóstico e tratamento de Fibrilação Atrial? Então deixe um comentário.

2 thoughts on “Fibrilação Atrial: diagnóstico e tratamento

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