Drenagem de tórax: indicação e desafios

Em quais situações inserir um dreno no tórax pode ajudar?

  • No aumento patológico do volume de líquido intrapleural, seja por sangue, exsudato ou pus, ou quando a presença de ar no espaço pleural diminui a pressão negativa preexistente, com consequente colapso pulmonar, que pode ser parcial ou total.
  • Quando há dificuldade respiratória, devido ao aumento da pressão intratorácica e à diminuição da ventilação alveolar decorrente da redução do volume inspirado.

O dreno de tórax tem função de permitir a drenagem da cavidade pleural e pode ser indicado para drenagem de fluidos ou de ar.

Os drenos são utilizados em diferentes situações clínicas. Também são utilizados em pós operatório de cirurgias torácicas, cardíacas e em trauma.

No pós operatório de cirurgias torácicas e cardíacas, os drenos de tórax são rotineiramente inseridos quando ocorre alguma lesão pulmonar decorrente do procedimento cirúrgico com acúmulo de fluidos, sangue ou ar no tórax, que necessitam ser drenados, ou apenas para prevenção de acúmulos de líquido, sangue ou ar no espaço pleural e no mediastino.

As principais indicações da drenagem torácica são:

  • pneumotórax
  • hemotórax
  • derrame pleural
  • quilotórax
  • empiema
  • pós operatório de cirurgias torácicas e cardíacas
drenagem de tórax

Características dos drenos de tórax

  • Um tubo torácico, também conhecido como tubo de toracostomia, é um tubo flexível que pode ser inserido através da parede torácica entre as costelas no espaço pleural.
  • Os tubos de toracostomia são comumente feitos de PVC de grau médico ou silicone. Eles variam de 6 a 40 frenchs. Em geral eles são rígidos para não colabar porém ao mesmo tempo flexíveis para oferecer mais conforto ao paciente.
  •  A maioria é fenestrada ao longo das laterais da extremidade de inserção e os tubos possuem uma faixa radiopaca.

Cuidados durante o procedimento de drenagem torácica

  • Confirmar a indicação do procedimento. A drenagem depende das condições pulmonares e de suas repercussões clínicas.
  • Nos procedimentos cirúrgicos, a inserção do dreno torácico é realizada por punção da parede torácica, sob anestesia geral.
  • Para procedimentos à beira do leito, pode ocorrer sob anestesia local.
  • O dreno deve ser clampeado antes de ser colocado na cavidade pleural. 
  • A presença de selo d’água no dreno de tórax impede a entrada de ar na cavidade pleural durante a inspiração. 
  • O dreno é fixado na pele.
  • Após a inserção, a extremidade distal dos drenos é conectada a um sistema de drenagem que pode ser denominado como passivo ou ativo. Existem três câmaras de um EasyVac: câmara de sucção, câmara de vedação de água e câmara de coleta. 
  • Para drenagem de ar usualmente não há necessidade de colocação de drenos calibrosos e recomenda-se a utilização de drenos finos (12F, tipo EasyInsert). 
  • A utilização de um dreno com introdutor permite melhor direcionamento do trajeto do dispositivo e menor chance de falha técnica na inserção.

Autora: Daniella Vianna Correa Krokoscz. COREN-SP 99634. Enfermeira Gestora em Saúde. Especialista em UTI e Mestre pela EEUSP. Doutoranda pelo IEP-Hospital Sírio Libanês.

Referências:

  1. Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia.Diretriz Pneumotórax. 2006. Vol. 32. Supl 4. jornaldepneumologia.com.br/content-supp/76
  2. Drenagem Torácica, p.129-138. In: Cuidando do paciente crítico: procedimentos especializados/editores Sandra Cristine da Silva, Patrícia da Silva Pires, Cândida Márcia de Brito. São Paulo: Editora Atheneu, 2013.
  3. Gogakos et al. Ann Transl Med. 2015 Mar; 3(4):54. doi: 10.3978/j.issn.2305-5839.2015.03.25.

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